ROSIÊ BOENNY
Rosa Maria Boenny
Rosa Maria Boenny Kaspary, casada, pesquisadora, poetisa, advogada, natural de Feliz (1ºs Registros: São Sebastião do Caí, Feliz e atual Alto Feliz); foi membro da diretoria da Casa do Poeta Rio-grandense de 1985/87, associada ao Sindicato dos Compositores de Porto Alegre, estudou na Unisinos - São Leopoldo e Universidade Feevale - Novo Hamburgo/RS, cursou formação de atores na New Face - Porto Alegre, atuou em várias peças teatrais; interrompeu suas atividades artísticas em face de aprovação em concurso e admissão em serviço público.
E-mail: rosaambk@gmail.com
É membro correspondente de entidades literárias e culturais: Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras de Anápolis, Goiás; The International Academy of Letters of England de Londres, Inglaterra; Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni do Rio de Janeiro, sócia nº 0231; Academia Goianense de Letras de Goiás, cadeira nº 241, patronímica de Tales Castanho de Andrade.
Publicou suas primeiras crônicas e poesias no Jornal Pioneiro de Caxias do Sul e teve trabalhos editados em diversas antologias nacionais: Todos Cantam sua Terra, Coordenação de Nilton Stock; Integração Nacional, elaboração da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul,1983; Literatura Rio-grandense Vol. 6 – Coletânea Literária, editora Proletra, 1985; Trovas Poéticas sobre o Mar, coletânea da União Brasileira de Trovadores, seção São Paulo, 1986; Sinfonia Poética, coordenação de Paulo Cesar dos Santos, editora Pirilampo, Rio de Janeiro, 1987.
Em 1985, obteve reconhecimento de entidades literárias, com a publicação da obra Letras do Brasil, com a poesia “Eu e o Mar” (dedicada à renomada poetisa Alfonsina Storni, memorada com o monumento, La Perla - Mar Del Plata/Argentina).
LITERATURA RIOGRANDENSE VOL. 6 (Poesia & Prosa). Org. de Nelson Fachinelli. Capa de Mozart Leitão. Porto Alegre, RS: Editora Proletra, 1985. 126 p. Col. Literatura Riograndense Atual, v. 6). Ex. bibl. Antonio Miranda – doação do livreiro Brito (DF)
ESSÊNCIA DO PAGO
Na tropeada da vida
Vi os peões tosquiando
Botar canga em bois de lida
Carreirando e gineteando.
O Gonçalves chefiou
Nossa Guerra dos Farrapos
E seu poncho transformou
Em um cheripá de trapos.
Bois afundam no banhado
À procura de alimento
Quero-quero angustiado
Grita: é meu acampamento!
Índio Guapo Tiaraju
O nosso pampa cruzou
Cavalgando semi nu
Somente rastos deixou.
Nos meus verso tem a essência
Extraída do sorriso
Lá da Serra e da querência
Rio Grande, meu paraíso.
ALENTO VEGETAL
Passos me arrastam
Por marcas profunda
Atolo na lama
Do próprio rasto.
Prendo o olhar
Na beira da estrada
Cheia de cruzes
Flores murchas
Desalentadas
Na terra vermelha
O sabor dos anos
marcantes
felizes
agora saudade...
Macieiras, pereiras
vestidas de branco
sorriem dizendo:
— ergue a espada
condena a morte
sai das chagas
a vida te espera!
EU E O MAR
RIMAS DE ONDAS
VERTEM CARÍCIAAS
NA PRAIA DESERTA
VENTO BAILANDO
ONDAS SE DESFAZEM
EMPUMA VEM
SAUDAR OS RASTOS
QUERO SER FOLHA
FLUTUAR MAR A DENTRO
OUVIR OS SUSPIROS
DA FONTE DOS SONHOS
NO MAR EU SINTO
A PAZ EM ACORDES
COBRIR MEU SER
ORGULHO
Quero retirar
Do ser carente
O medo do abismo
Quero anular
A saudade cretina
Por uma notícia
Quero saciar
Esta sede louca
Que me devora
Quero consertar
Sem precisar
Te procurar...
*
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Página publicada em setembro de 2021.
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